2° dia - Trajetos Costurados - Agustina Comas

Quando começou sua apresentação, no sábado, 2° dia de workshop, a sala ainda não estava cheia, mesmo com todos os pedidos para que todo mundo chegasse no horário, tem gente sem noção que né?! Enfim. Cheguei cedo, dessa vez desci na estação certa (Paraíso, não Vila Mariana!) e deu tempo até do coffee break, salvador da Pátria, por sinal. E de pegar lugar na primeira fileira, uhuuu! No palco, duas pessoas: Agustina Comas e sua sócia (olha a gafe: não sei o nome dela), ao vivo, lá do Uruguai, via skype. E é assim que elas trabalham, juntas: Agustina aqui e a sócia lá. A marca é a IN.USE. MUITO bacana o conceito dela (bem diferente do outro trabalho que Agustina tem: ela é estilista na equipe de Lu pimenta na Daslu Homem...). Volta pra IN.USE: questionar, por exemplo, para onde vão os retalhos de milhares de peças que são cortadas todos os dias, ou aquelas peças que saem com defeito e não vão nem para um bazar. Eu mesma, nunca me perguntei isso (desses zilhões de toneladas de matéria-prima que sobram de grandes marcas, é muita MUITA coisa mesmo!) A pergunta é: porque não transformar? Criar em cima daquilo que iria pro lixo? É mais do que ''recriar'', Agustina nos mostra o valor real de uma peça, que precisamos ver aquilo como matéria que já foi trabalhada e por isso, existe uma energia naquilo. Não é só o ato de transformar uma camisa masculina num vestido, por exemplo, é o ato de transformar nosso modo de ver aquilo. A apresentação continua com a ajuda de sua sócia que, quando engasga num portunhol fofo (ambas ganham a platéia logo no começo, extremamente simpáticas e carismáticas) é rapidamente ajudada por Agustina, que domina melhor nossa língua já que está em São Paulo desde 2004 (acho que é uruguaia também, não lembro). Ficamos sabendo que Agustina já trabalhou com Jum Nakao e Fernanda Yamamoto (aliás, ela vende algumas peças na loja da própria Fernanda - nem vou falar dessa loja porque esse post ia ser enorrrrme). Depois, convida algumas meninas para, na prática, fazer o que ela e asócia fazem ao desenvolver/transformar uma peça: trabalham juntas, mas uma aqui e a outra lááá longe, unidas pelo skype. Descemos para o 2º andar, para três salas, ou seja, três equipes e nós (platéia) podíamos transitar e acompanhar tudo de uma forma bem ''livre''. Chegou uma hora que cansei e sentei numa das salas, por lá fiquei até o almoço. Foi uma palestra ótima, bem ''prática" mesmo. O resultado foi surpreendente. Peças LINDAS. Amei.